A última aula prática da disciplina mostrou como a empatia e o trabalho em equipe são essenciais para a gestão de qualidade, para a boa relação da equipe com o paciente e o sucesso no tratamento, uma vez que deve-se olhar para o indivíduo e não apenas para a doença, o paciente é uma pessoa que sofre e precisa que seu sofrimento seja entendido, respeitado e levado em consideração.
Quando pensamos no quanto o trabalho em equipe e a empatia são de suma importância para uma gestão de qualidade compreendemos que cada vez mais é necessário a presença de ambos nos atendimentos de saúde. No entanto, a realidade com a qual nos deparamos é uma grande distorção dessa importância na prática, uma vez que, mesmo sendo extremamente importantes para o tratamento e o bom funcionamento do acolhimento e do cuidado, essas duas variáveis são praticamente inexistentes em muitos locais.
Em um Hospital particular da cidade de Alfenas-MG, o trabalho em equipe e a empatia se fazem presentes na gestão e no cuidado. No PSF Jardim São Carlos, uma unidade de Atenção Básica voltada para a prevenção e promoção de saúde, que na teoria deveria ter como base o trabalho em equipe e a empatia, existem muitas lacunas entre a teoria e a prática, não desenvolvendo com eficiência o cuidado para que foi criado. No Ambulatório Plínio, uma unidade da Atenção Secundária observa-se a ausência da empatia e um trabalho de equipe ineficiente, os pacientes são apenas números esperando a sua vez. No caso da rede de urgência e emergência sua função imediatista necessita do trabalho em equipe eficiente.
O próprio ato de explicar ao paciente melhor sobre sua condição, dar a ele opções sobre o tratamento e principalmente esperar pela compreensão dele são atitudes que alteram a forma como o paciente vê equipe que o trata e a sua doença. O que mais se vê é a falta de empatia e vontade de tentar compreender que o paciente sofre e que este sofrimento faz parte do processo de aceitação que ele se encontra. Muitos profissionais vêem apenas um número, uma senha, o primeiro nome, não conhecem o indivíduo, só conhecem a doença, mas não há uma forma de tratamento eficiente que se baseie em não olhar para a pessoa.
O cuidado, o respeito e a empatia devem estar na base de todo tratamento, na base de toda relação da equipe com o paciente e também de pessoa com pessoa. O trabalho em equipe deve ser estimulado, não deve haver mais brigas de egos de qual profissional é mais reconhecido ou não, em uma equipe cada um tem sua função que se não for realizada toda a equipe perde, e não só a equipe, o paciente, a unidade de saúde, todas as pessoas envolvidas no processo de cuidar e ser cuidado.
Que as universidades não formem apenas profissionais, formem pessoas capacitadas para serem humanas com outras pessoas.